Partilhas

Este blogue pretende ser uma partilha do tradutor/editor dos livros Abrindo as Portas que há Em Nós e de Escolhendo Amar com os leitores a quem,
em especial a leitura do primeiro, possa ter modificado as suas vidas, e com quem sinta necessidade de encontrar segurança, paz e harmonia na sua vida;
e também sobre como o segundo livro nos pode ajudar a erradicar os medos das nossas vidas ensinando-nos a amar verdadeiramente...

Nota: Os textos apresentados neste blogue são da responsabilidade do Editor e não dos Autores dos livros aqui divulgados,
excepto quando se trata de citações reproduzidas entre aspas com a devida menção autoral.

Informação: Tratando-se a obra Abrindo as Portas que há Em Nós dum livro de meditações quotidianas,
o editor/tradutor
adverte que os conceitos holísticos aqui apresentados não estão condicionados a nenhuma religião em particular.

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28.11.11

Fundação Findhorn: Comunidade Espiritual, Ecovila e Centro Educacional

   São os ideais de espiritualidade, ecologia, sociedade justa e sustentável que alimentam a ideologia do autor deste blogue e que podem ser encontrados na Comunidade de Findhorn, na Escócia.

Fundação Findhorn

   A Fundação Findhorn é uma associação sem fins lucrativos, parte duma comunidade espiritual composta por cerca de 400 pessoas em torno da baía de Findhorn, no norte da Escócia.

   Fundada em 1962 por Peter e Eileen Caddy e Dorothy Maclean, a comunidade tornou-se conhecida pelo seu trabalho com as plantas e a comunicação com os reinos naturais. O seu compromisso com a prática espiritual no dia-a-dia e a comunicação com a inteligência da Natureza resultaram em jardins extraordinários, desenvolvidos em solo arenoso e árido.

   Actualmente a Fundação Findhorn é um centro holístico de educação espiritual que vive e trabalha em estreita colaboração com outras organizações e indivíduos.
   

   A comunidade que cresceu à sua volta continua a afirmar a interconexão de toda a vida, através de estruturas espiritual, social e economicamente sustentáveis, incluindo o uso de técnicas ecológicas de construção, produção de energia responsável, reciclagem e produção de alimentos orgânicos. A comunidade inclui mais de 40 organizações diversas, todas interconectadas por uma visão positiva da humanidade e da Terra.

   A comunidade não impõe nenhuma doutrina ou crença formal. Acreditam que a humanidade está envolvida num processo de expansão evolutiva da consciência, gerando novos comportamentos para a civilização, bem como uma cultura planetária impregnada de valores espirituais. Também não discriminam raça, cor, idade, religião ou orientação sexual.

   O conteúdo dos seminários é um reflexo da pesquisa colectiva e individual do sagrado na vida diária. Procuram gerar novas maneiras de interagir com o trabalho, com os seus semelhantes, com eles mesmos e com o meio ambiente, num clima de honestidade e de amor.

   A Fundação recebe anualmente milhares de visitantes. A maioria permanece no mínimo uma semana para participar, realmente, da vida comunitária. Para essas pessoas oferecem a Semana de Experiência como introdução à comunidade e pré-requisito indispensável a outros seminários.

   Os seminários, geralmente, são conduzidos em inglês, com excepção de alguns conduzidos noutras línguas.

   A quem tiver interesse em aprender inglês, oferece-se uma oportunidade única: Aprender Inglês em Comunidade
(Learning English in Community), um programa de 4 semanas que combina o estudo da língua com a experiência da vida comunitária.

   Outreach Education oferece programas e apresentações com partilhas sobre os valores e as técnicas de grupo utilizados na Fundação Findhorn.


Fonte: Findhorn Foundation

Contacto em Portugal: Casal de S. José - Carmões - TVD
Tel.: 261 74 37 51

26.11.11

Por que andamos aqui?



Sim, uno sou com tudo o que observo,
c’o vento, c’a onda, pinho e palma;
Elementos esses que em mim conservo
fundindo-se p’ra formar a minha alma.
Corre dentro de mim uma vida vulgar,
enquanto esse humano fôlego persiste,
Em folha e flor de rosa a desabrochar,
a vida continua, e a morte não existe!




Perguntamos tantas vezes: “o que andamos aqui a fazer?”
Terá a vida surgido por acaso? Para que servirá? Terá mesmo alguma utilidade?
Em certos momentos da vida há questões que se levantam com mais veemência. Então, interrogamo-nos por que levamos a vida duma determinada forma e não doutra. Por que nos acontecem algumas coisas e como deveremos encarar e responder a tudo isto.
Momentos de nascimento de familiares e amigos são tempos de alegria e a perda de familiares, amigos e conhecidos é uma oportunidade de reflexão. Para a maioria das pessoas, a passagem (a morte) de alguém, ainda, é considerada uma perda, uma tristeza, pois a sua visão, certamente, é materialista. Não significa isto que essas pessoas sejam ignorantes, egoístas ou gananciosas mas, sim, que vivem agarradas aos conceitos de que aquilo que vemos e tocamos é tudo o que existe. Mas, de certeza que não é, pois existe mais vida para lá do que é visível e tangível (palpável).
A partida de alguém não significa, forçosamente, uma perda mas, sim, uma alteração daquilo que existia antes e passou a ter-
-se depois. Essa sensação de “perda” poderá ser substituída por uma consciência de benefícios adquiridos ao longo da nossa experiência de vida em contacto com quem realizou a passagem. Passagem, sim, e não morte, pois como diz o poeta “a vida continua, e a morte não existe”. Recordar de forma positiva amigos, familiares e entes queridos, que já partiram é adicionar essas vivências à nossa aprendizagem ao longo do nosso caminho, desta jornada no planeta Terra.

Os amigos, conhecidos e alguns parentes deixam em nós as suas marcas, o seu modo de pensar e de estar na vida. Os familiares directos como pais e avós deixam-nos como herança parte das suas células, dos seus genes além dos seus ensinamentos. Por isso somos uma parte viva de cada um deles, e por isso podemos dizer que eles não morreram. Quando não deixam descendentes, deixam junto daqueles com quem conviveram as suas impressões, aquilo que transmitiram aos outros. Daí, ser extremamente importante tudo aquilo que pensamos, dizemos e fazemos. A vida é o somatório de experiências vividas e observadas. Tudo isso poderá contribuir para uma vida melhor, ou pior, no presente e no futuro, consoante a aplicação que fizermos daquilo que nos deixaram, juntamente com a parte que nós adicionamos de nós próprios.

Os nossos pensamentos podem fazer toda a diferença entre sermos felizes ou infelizes, não propriamente acerca de tristezas ou alegrias momentâneas mas, sim, sobre o nosso estado de espírito permanente. O que dizemos é um prolongamento do que pensamos e que pode influenciar, certamente, aqueles que nos ouvem. E aquilo que fazemos deixa obrigatoriamente uma marca no comportamento e nos sentimentos de outras pessoas e seres, sejam animais, plantas ou minerais. Assim, comecemos, pois, por semear pensamentos positivos, descartando os negativos. Como escreveu o poeta: “Sim, uno sou com tudo o que observo, c’o vento, c’a onda, pinho e palma…” Pois somos todos um elo desta vasta cadeia que é a Natureza.

Faria, então, algum sentido que a vida tivesse surgido por acaso e não tivesse nenhum objectivo concreto? Para mim não faria sentido. O Universo é tão vasto, com um valor estimado de cem mil milhões de galáxias contendo cada uma cerca de cem mil milhões de estrelas, seria muito estranho que apenas num pontinho recôndito deste Universo (que poderá ser um entre outros cem mil milhões de universos) tivesse surgido vida inteligente! Isso seria uma piada… seria como um micróbio dentro do nosso corpo pensar que não existiria vida além daquele local onde ele se encontra!
Mas neste pequeníssimo grão de areia, quase que perdido num canto do nosso vasto Universo, temos a oportunidade de aprender muitas coisas, com as pessoas vivas e com as memórias das que já partiram. Aproveitemos o tempo em que aqui andamos, e que não sabemos se é muito ou pouco, para convivermos e aprendermos alguma coisa uns com os outros, em vez de perdermos tempo em brigas que não conduzem a proveito algum! Se não gostarmos da vida que levamos temos sempre oportunidade para mudarmos as coisas e o nosso rumo.

Passemos, pois, a dedicar mais tempo a cada pessoa ao nosso redor e menos às coisas supérfluas que nos cercam todos os dias, sejam objectos ou informações e notícias inúteis ao nosso bem-estar. Façamos o que é verdadeiramente importante enquanto é tempo, pois nunca sabemos quando possa já ser tarde de mais! Pois, andamos aqui precisamente para experimentarmos e darmos significado às experiências da nossa vivência juntamente com as outras pessoas à nossa volta. Essa será uma das grandes utilidades da vida, mas não a única...

16.11.11

Desapego

    «Vivemos numa época de celebridades, apelos fáceis à riqueza, ao consumismo, às paixões avassaladoras [e eu acrescentaria, ainda: e ao mito da eterna juventude].
Transitamos aturdidos por um mundo em que o destaque vai para aqueles que mais têm.
   »E a todo instante os anúncios de televisão, nas revistas e jornais, os outdoors clamam: "Compre mais. Ostente mais. Tenha mais e melhores coisas."

   »É um mundo em que o luxo, a beleza física, a ostentação e a vaidade ganharam tal espaço que dominam os julgamentos.
   »Mede-se a importância das pessoas pela qualidade dos seus sapatos, roupas e carteiras.

   »Dá-se mais atenção ao que possui a casa mais requintada ou situada nos bairros mais famosos e ricos.


    »Carros bons são somente os que têm mais acessórios e impressionam por serem belos, caros e novos. Sempre muito novos.

    »Os adolescentes [e os adultos] não desejam repetir roupas e desprezam produtos que não sejam de marca. As mulheres compram todas as novidades em cosméticos. Os homens regozijam-se com os fatos caríssimos das montras.
    »Tornamo-nos, enfim, escravos dos objectos. Objectos de desejo que dominam o nosso imaginário, que impregnam a nossa vida, que consomem os nossos recursos monetários.
    »E como reagimos? Será que estamos a fazer algo - na prática - para combater esse estado de coisas?

   »No entanto, está nos desejos a grande fonte da nossa tragédia humana. Se superarmos a vontade de ter coisas, já teremos caminhado muitos passos na estrada do progresso moral.

    »Experimente olhar as montras dum centro comercial. Olhe bem para os sapatos, roupas, jóias, chocolates, malas, enfeites, e perfumes.
    »Por um momento apenas, não se deixe seduzir. Tente ver tudo isso apenas como são: objectos.

   »E diga para si mesmo: "Não tenho aquilo, mas mesmo assim sou feliz. Não dependo de nada disto para estar contente".
   »Lembre-se: é por desejar tais coisas, sem poder tê-las, que muitos optam pelo crime. Apossam-se de coisas que não são suas, seduzidos pelo brilho passageiro das coisas materiais.
   »Deixam para trás gente sofrendo, pessoas que trabalharam arduamente para economizar...
   »Deixam atrás de si frustração, infelicidade, revolta.
  
   »Mas, há também os que se fixam em pessoas. Vêem os outros como algo a ser possuído, guardado, trancado, não compartilhado.

   »Esses se escravizam os parceiros, os filhos, os amigos e parentes. Exigem exclusividade, geram crises e conflitos.
   »Manifestam, a toda a hora, possessividade e insegurança. Extravasam egoísmo e não permitem ao outro se expressar ou ser amado por outras pessoas.
   »É, mais uma vez, o desejo norteando a vida, reduzindo as pessoas a tiranos, tornando feias as almas.
   »Há, por fim, os que se deixam apegar doentiamente às situações.

    »Um cargo, um status, uma profissão, um relacionamento, um talento que traz destaque. É o suficiente para se deixarem arrastar pelo transitório.
    »Esses amam o brilho, o aplauso ou o que consideram fama, poder e glória.
    »Para eles, é difícil despedir-se desse momento em que deixam de ser pessoas comuns e passam a ser notados, comentados, e invejados.
    »Qual o segredo para se libertar de tudo isso? A palavra é desapego. Mas... Como alcançá-lo neste mundo?


    »Pela lembrança constante de que todas as coisas são passageiras nesta vida. Ou seja: para evitar o sofrimento, a receita é a superação dos desejos.
    »Na prática, funciona assim: pense que as situações passam, os objectos partem-se, as roupas e sapatos gastam-se.
    »Até mesmo as pessoas passam, pois elas viajam, separam-se de nós, e morrem...
    »E devemos estar preparados para essas eventualidades. É a dinâmica da vida.
    »Pensando dessa forma, aos poucos a criatura promove uma auto-educação que a ensina a buscar sempre o melhor, mas sem gerar qualquer apego egoísta.

    »Ou seja, amar sem exigir nada em troca.»

11.11.11

O dinheiro, o medo e a Felicidade


As nossas escolas, e a nossa educação mesmo a nível familiar, não nos dão verdadeira preparação para a vida. Aliás, aquilo que se aprende são coisas básicas, por vezes falsas e muitas vezes inúteis para se conseguir viver uma vida, verdadeiramente, em condições. São-nos transmitidos conceitos como “o que importa é a carreira profissional que se escolhe”, “o importante é sabermos como conseguir dinheiro” e “o status que se vai conseguir alcançar”; ou seja, aquilo que nos fazem crer é que a aparência que iremos poder transmitir aos outros será mais importante do que aquilo de que nós precisamos saber: como nos relacionarmos uns com os outros.

Não nos são transmitidos conceitos de como, virmos um dia, a criar os nossos filhos. Só nos resta irmos observando o comportamento dos nossos pais, tanto dum como do outro e na forma como eles nos tratam. Lembremo-nos que eles também não foram ensinados sobre isso. Na escola não há uma disciplina onde se transmitam, pelo menos, algumas das noções básicas da vida. A escola relega isso para os pais, e muito bem, só é pena que os pais achem que esse assunto é da responsabilidade da escola. E neste jogo do “empurra” ninguém acaba ensinando coisa alguma.

Chegamos à fase adulta e começamos a ter a oportunidade de olhar à nossa volta e termos mais pontos de referência para podermos fazer a comparação  com a educação que nos foi dada. Mas não ficamos muito mais elucidados! Constatamos que há uma multiplicidade de critérios que até divergem daqueles que os nossos pais adoptaram e nos transmitiram! E chegam os comentários, as opiniões e as críticas… e os jovens ficam sem saber se aquelas observações têm mesmo consistência ou se apenas estão em oposição àquilo que imaginavam estar correcto. Lá vem mais insegurança juntar-se a toda a bagagem anterior de medos e incertezas. E lá continuamos todos a transmitir às nossas gerações futuras conceitos mais ou menos certos, outros, mais ou menos errados, mas quem sabe, no meio de tantas opiniões algumas lá possam ter o seu quê de fiabilidade!

Ninguém diz: “Faz aquilo que a tua consciência te ditar!”. Não, isso não. O que cada um vai querer é impor o seu ponto de vista: “Faz isto”, “não faças assim”, “faz da outra maneira”, “não tens jeito para nada!”… “Da outra forma era melhor!” A partir deste salsistré de opiniões e ordens antagónicas os jovens vão construindo a sua forma de agir e quantas vezes cheia de receios como: “estarei a fazer certo?”, “será assim? E se não for, irei ser criticado!?”, pior do que isso, muitas vezes o receio já não será o de ser criticado e julgado mas sim o medo de ser condenado por haver uma remota hipótese de não se terem feito as coisas como “deveria”. E o que será isso do “como deveria”!? E se não for feito, como “se deveria” fazer? Haverá mesmo julgamento? Condenação? E pena a cumprir!?

Pois é, parece que são muito poucos os que sabem ensinar e bastante mais aqueles que sabem exigir e criticar.

Voltemos às escolas, serão lá ensinadas às crianças como viver em sociedade de forma pacífica e humanizada? Serão incentivados os pais a fomentarem uma conduta civilizada aos seus filhos? Ainda haverá alguém que se dedique a ensinar às crianças que nós, humanos, devemos ter respeito pelos outros seres humanos e pelos outros seres da Natureza? haverá alguém que transmita conceitos como os de respeitar os mais velhos, pois um dia também seremos como eles? Haverá alguém que diga a uma criança que não é bonito, não é útil e ainda por cima não é bom nem será recompensada por espezinhar alguém com o intuito de ficar por cima e obter alguma vantagem disso? Há valores que estão a cair no esquecimento, por outro lado há novos conceitos que estão a ser fomentados como o incentivo ao egoísmo em vez da amizade e da partilha. E além disso, os pais ainda acham que os seus filhos têm que ser os melhores!



No meu tempo de estudante ajudávamo-nos uns aos outros com o que cada um sabia, hoje cada aluno guarda o que sabe apenas para si com medo de ser ultrapassado pelos outros. A concorrência é enorme e é incentivada, mas não é saudável porque o mundo dos humanos não é o do salve-se-quem-puder (embora a maior parte das vezes assim pareça), mas sim o da cooperação e entreajuda transformando a vida em algo agradável de ser vivido. Cuidado com o que estamos a fazer às nossas crianças, o tempo que elas passam na escola e a violência com a qual são forçadas a conviver, num local que deveria ser de educação, é demasiado opressor e angustiante e não fará delas pessoas melhores mas, sim, mais infelizes. Outrora, tínhamos tempo escolar e tempo para os trabalhos de casa e para brincar também; e hoje, o que têm as crianças? Têm já uma tremenda responsabilidade às costas, antes mesmo de serem adultos. Já não há mais tempo para serem crianças, para brincarem e integrarem-se na Natureza, têm que passar o  tempo na escola.


O medo de não fazermos as coisas certas e de não agradarmos aos outros precisa de ser erradicado da nossa vivência. A nossa consciência é a nossa ajuda, o nosso guia, e diga-se em abono da verdade, nem sempre temos de fazer as coisas completamente certinhas, os erros também fazem parte da nossa aprendizagem, e por isso são-nos úteis, são nossos mestres, o importante é tratarmos de não os repetir.

Nas escolas ensinam-se os alunos para que obtenham conhecimentos que um dia lhes permitirão ganhar dinheiro, mas não se ensina ninguém a respeitar e amar o seu semelhante. Parece que isto é da responsabilidade da disciplina de Moral e não da formação do indivíduo. Depois em adultos é ver aqueles que ainda têm posses financeiras a gastarem os seus recursos com psicólogos, psicoterapeutas, psiquiatras e fármacos. Mas ninguém sabe qual o motivo de tanta angústia e medo. “Deve ser da vida, que é mesmo assim!” pensarão muitos, mas não é. A razão é daquilo que decidimos fazer da vida, da forma como decidimos complicá-la em de a facilitarmos.

É chegada a hora de inverter o rumo, abandonando os receios e os medos, assim como as angústias e depressões e restabelecermos o nosso poder individual que ninguém consegue destruir, substituindo os anteriores conceitos manipuladores do nosso subconsciente por outros mais positivos.

Segundo os autores de Escolhendo Amar necessitamos de passar por certos patamares antes de conseguirmos amar, e um deles é o da Segurança a vários níveis:
«Assim, o princípio do amor (e a consequente necessidade de aceitação e inclusão) não significa muito para nós até termos provido as mais básicas necessidades. Alimento para o estô­mago. Roupas no corpo. Um tecto sobre a nossa cabeça

Vamos, pois, libertar-nos voluntária e conscientemente daquilo que nos perturba e afecta, de modo a podermos considerar-nos pessoas plenamente felizes.

8.11.11

Crise na Europa e espiritualidade


Na minha juventude apenas se conheciam 9 planetas no sistema solar. Os exoplanetas (aqueles que são exteriores ao nosso sistema) só recentemente foram descobertos. Fascinava-
-me a possibilidade de descobrirmos vida além do nosso planeta. 

Com o passar do tempo percebi como era fascinante (re)descobrir a vida na própria Terra. Este é, na verdade, um local propício para nos fascinar com múltiplas maravilhas, e ao mesmo tempo nos horrorizar com tantas atrocidades! Apesar destas últimas, os encantos do planeta, e da vida nele, são fabulosos, são magníficos para nos transmitirem muitos ensinamentos e nos proporcionarem uma grata evolução, e nos proporcionam a oportunidade de eliminarmos o que é negativo.

Actualmente, diversos países europeus estão a entrar em convulsão, uns após outros estão a abrir brechas num mundo que se acreditava ser estável. Os políticos desdobram-se em infinitas reuniões e tentativas de encontrarem soluções consentâneas para estabilizar o modus vivendi europeu da forma como estava a ser conduzido, mas a corda a que os países se agarraram vai sendo puxada para o fundo do mar, e uns atrás dos outros vão-se afogando na tentativa desesperada de se salvarem. E neste “salve-se quem puder” começam a pisar a população -- que os poderia ajudar economicamente, por um lado, e usufruir de benefícios sociais, por outro -- fazendo com que percam as regalias já alcançadas e passem a contribuir ainda mais para salvar somente a elite financeira. Se a trajectória continuar a mesma, então, o rumo já está delineado e não será o mais bonito, mas será muito didáctico, certamente!

Os povos europeus habituaram-se a benefícios sociais dignos de qualquer ser humano: acesso gratuito à saúde, à assistência aos idosos, ao ensino para todos, aos serviços de higiene pública, a diversos subsídios a vários níveis, aos empréstimos bancários, etc. etc. etc., mas tudo isso poderá ter os dias contados, para alguns até já expirou o prazo quando deixaram de ter emprego e subsídio de emprego, quando viram serem fechadas unidades hospitalares e outras coisas mais… e quando o modo de vida europeu falir muita gente vai precisar de ser ajudada. Neste momento já muitas pessoas estão a necessitar desse apoio!

Nesta batalha, ou guerra mesmo, em que nos encontramos e em que o capital luta contra a justiça e equidade social, bastantes combatentes irão cair feridos e muitos precisarão de se tornarem enfermeiros à força para irem cuidando dos camaradas necessitados, pois os hospitais de campanha estão a ser destruídos pelas lutas e os feridos precisam de cuidados ainda dentro das trincheiras. Em Portugal algumas unidades de saúde e centros escolares já foram bombardeados, muitos guerreiros já perderam os seus empregos, ou pequenos negócios. Muitos soldados estão a perder a sua ração de combate e não têm como se alimentar! Está na hora dos soldados que permanecem saudáveis começarem a dar apoio aos mutilados, e a esquecerem as balas que cruzam sobre as suas cabeças, para se organizarem em grupos de apoio de retaguarda.

Esta é uma grande oportunidade de partilha voluntária, mesmo que tenha começado de forma compulsória! Muitas pessoas começarão a sentir necessidade (algumas já estão a senti-la) de contribuírem dalguma forma para a colectividade, para a comunidade. Uns irão dando a mão aos outros e aos poucos se formará uma corrente solidária e de preocupação com o grupo, bem diferente da preocupação individual de que temos sido testemunhas ao longo da História.

Muitas pessoas darão o seu contributo mesmo só acreditando na vida material, outros, porém, sentirão necessidade de buscar algum apoio espiritual e de encontrar uma justificação para tantas coisas aparentemente incompreensíveis. Será neste âmbito que muita gente encontrará o seu rumo na espiritualidade sentindo, aí, um ombro amigo pronto a ouvir as mágoas e ajudar a descarregar o peso do fardo carregado nas suas costas!

Hoje, já nem todas as guerras têm que ter batalhas com armas reais, estas poderão ser subtis e fazer tantos estragos e tantas vítimas como as tradicionais. Podemos acreditar que esta é uma verdadeira guerra entre o Bem e o mal, na qual temos necessidade de participar… Cabe a nós escolhermos o lado no qual queremos ficar e participar activamente com a nossa contribuição, seja ela generosa ou humilde, em vez de permanecermos de mãos atadas vendo os outros a tombar e ficando à espera de sermos as próximas vítimas! Mas se isto é uma guerra em que armas deveremos então pegar? 
— Nas armas da consciência, nas da ajuda material e do apoio moral, nas colheres e nos pratos, nas doações, e ainda usar, também, as armas da prece e do perdão que são ferramentas espirituais!
João Galizes

Música 4: Coronel

La Oreja de Van Gogh


Aqui teremos terminado amigo meu, já se acabou.
Aproxima-te, dá-me um abraço que este inferno terminou.
Espera-me aqui um momento, fica nessa posição,
confirmarei que terminámos esta missão.

Ao acabar estas palavras ninguém o voltou a ver.
Depois daquela vitória só um louco coronel
renunciaria a uma glória que nunca conseguiu entender
,
escolheu carregar a sua arma com um "clavel"

(cravo).


Quando todos dormiam se escapava até à cantina,
e chorando contava a uma mulher:
que se a honra e a vitória valem mais que as pessoas,
então, não teremos aprendido nada.

Das lágrimas que cobrem a tua cara,
Da tristeza que escondem os teus olhares,
Da vergonha que sente a minha alma,
Quando ninguém canta esta canção!
É quando afirmo que não me dá vontade
de fingir que nada sei,
de cada vida que desaparece sem dizer adeus.

Depois de cada batalha se encolhia o seu coração.
Ele devia mostrar orgulho quando somente sentia horror.
Perguntava sempre ao céu: quem tinha ganho o quê?
Mas nunca ninguém lhe soube responder.

Quando todos dormiam se escapava até à cantina,
e chorando contava a uma mulher:
que se a honra e a vitória valem mais que as pessoas,
então, não teremos aprendido nada.

Das lágrimas que cobrem a tua cara,
Da tristeza que escondem os teus olhares,
Da vergonha que sente a minha alma,
Quando ninguém canta esta canção!
É quando afirmo que não me dá vontade
de fingir que nada sei,
de cada vida que desaparece sem dizer adeus.

Das lágrimas que cobrem a tua cara,
Da tristeza que escondem os teus olhares,
Da vergonha que sente a minha alma,
Quando ninguém canta esta canção!
É quando afirmo que não me dá vontade
de fingir que nada sei,
de cada vida que desaparece sem dizer adeus.
Sem dizer adeus.

6.11.11

Nem 8 nem 80


Talvez seja bom as pessoas não levarem a vida demasiado a sério pois sujeitam-se a contrair doenças tanto do foro psicológico como do âmbito corporal (ou até psicossomáticas: mente e corpo ao mesmo tempo) e a sentirem-se demasiado infelizes por não conseguirem viver completamente segundo os seus planos. Mas, é também conveniente que não seja levada de forma excessivamente leviana, pois a vida é uma escola e tem a sua utilidade, mesmo que a maioria das pessoas não compreenda o seu significado. Viver exige seriedade nalguns momentos e descontracção e diversão noutros…

No meu tempo de juventude, com a mente cheia de ideologias e ideais, a vida perspectivava-se promissora, com previsões dum futuro bem mais risonho do que o passado da humanidade. Imaginava que a sociedade iria evoluir em tecnologia, em educação e respeito pelo ser humano. Com o passar do tempo a realidade foi-se apresentando outra: cheia de pessoas intolerantes, violentas, gananciosas e más, mesmo. Talvez más por ignorância e por medo, é no que eu acredito que as pessoas se tenham tornado, mas mesmo assim isso faz com que a vida de todas as outras à volta delas se torne desagradável também.

Ao longo da história da humanidade sempre houve gente terrível para com os seus semelhantes, e por incrível que pareça, hoje, em pleno século XXI, continuam a existir pessoas assim. Eu acredito que seja por ignorância em relação ao que é a Vida e qual o seu objectivo, por medo e incertezas as pessoas agem umas com as outras de forma tão intolerante. Claro que existem motivos históricos e sociais que fomentam a violência e a incompreensão, mas a sociedade não é senão composta por pessoas que possuem os seus preconceitos, por isso, ao mudarem-se os conceitos e eliminando-se os preconceitos toda a forma de tratamento das pessoas irá melhorar. Em Portugal há um ditado para quem é ofendido e que diz o seguinte: “Quem não se sente não é filho de boa gente!” Claro que com conceitos assim é fácil qualquer pessoa sentir-se tentada a responder a quem a ofende, pois a afirmação incentiva a quem se sinta ofendido a que reaja a essa atitude, ou então não será considerado filho de boa gente, o que significaria estar ao nível do ofensor, não tendo como pais pessoas de bem. Nada mais errado numa nação que durante tantos anos ostentou oficialmente o rótuto de país católico, e onde hoje tanta gente continua a considerar-se cristã. 

Não temos que responder às ofensas, pois geralmente são meras provocações sem sentido e não merecem sequer uma reacção. É o nosso ego que nos leva a sentirmo-nos incomodados e nos incentiva à resposta e muitas vezes à vingança. Mesmo aquelas ofensas que por vezes possamos considerar de maior gravidade só terão a importância que nós lhes dermos, se não as valorizarmos nem sequer as iremos considerar como ofensa. Somos nós que atribuímos significado ao que é, ou deixa de ser, ofensa. Tantas vezes as pessoas invocam a defesa da honra para se sentirem ofendidas e para se vingarem…

Quantos problemas não trouxemos já para a nossa vida por termos achado que éramos obrigados a retorquir às ofensas feitas! Isso acontece quando levamos a vida demasiado a sério!

Outras vezes pensamos que temos que dar atenção aos comentários que fazem a nosso respeito, e para que não sejam negativos esforçamo-nos por agir segundo os desejos dos outros, dessa forma já não deveríamos ser criticados, puro engano, há as mesmas hipóteses de sermos “julgados”, sim, basta que os outros não simpatizem connosco e logo encontrarão um pequeno detalhe, em nós, que será suficiente para nos atacarem. E lá se vai a nossa estabilidade. Dar importância a esses comentários é levar a vida demasiado a sério!


Aproveitemos a vida da forma como nos guia o coração, e nem sempre como nos aconselha a mente, o ego, e a caminhada será mais suave e agradável. Levemos, pois, a sério aquilo que é importante e que tem que ser feito para o bem de todos, e brinquemos sempre que alguém nos quer derrubar ou perturbar de modo a que aquilo que é negativo não nos atinja.

O equilíbrio, ou como se dizia: a virtude, está no meio, ou seja, nem 8 nem 80, nem de menos nem de mais, mas, sim, tudo na medida certa com conta, peso e medida…


5.11.11

O caos e a confusão


"Muita gente busca uma resposta para o caos e para a confusão no mundo, actualmente. Dia após dia eles pioram, mas não tenhas medo, pois as coisas deverão piorar antes de melhorarem. Um abcesso cresce antes de rebentar, depois, todo o veneno é libertado e, ele sara. As coisas devem amadurecer no mundo antes que os venenos do ódio, da inveja, do ciúme e do egoísmo sejam li­bertados e que o tratamento possa fazer-se."
- Abrindo as Portas que há Em Nós


2.11.11

A Espiritualidade e a Matéria


   A espiritualidade é uma ferramenta
que nos ajuda a viver melhor no mundo da matéria...



Inverter a situação de crise

   Meus amigos, hoje as pessoas já se habituaram a ouvir falar de crise. Parece que a palavra já faz parte da vida das pessoas. Mas isso não é natural!
   Natural seria as pessoas evoluírem sem terem que viver situações de extrema instabilidade como a que se vive actualmente. E esse será o rumo que as pessoas terão que tomar se quiserem viver condignamente: estabilidade, harmonia e consciência.


  A que se deve a actual instabilidade vivida nos países chamados ocidentais?
   Deve-se a uma crise de valores. O mundo ocidental enveredou por um rumo de mercado capitalista que chegou ao neo-
-liberalismo actual colocando de lado valores éticos e morais.
Hoje, conseguir “fazer” dinheiro é mais importante do que tentar fazer as pessoas felizes.
   Procura-se obter dinheiro como se esse objectivo fosse a própria felicidade, e o que é que se observa? Mais infelicidade e novas lutas por questões básicas como alimento e saúde em populações que, em princípio, já deveriam ter alcançado um nível mais estável e evoluído. É necessário olhar para a humanidade como um todo e não como sendo composta por seres mais e menos evoluídos, ricos e pobres, bons e maus.  
   Estamos todos no mesmo barco e o seu afundamento leva ao afogamento de todos.


Fábrica clandestina, Hong Kong, China

   Hoje exige-se mais produtividade no mundo ocidental para se poder competir com mercados novos em países que não oferecem as mesmas regalias aos seus trabalhadores que o dito mundo ocidental já estava proporcionando aos seus habitantes. Isso deve-se a um fenómeno chamado globalização que tem em vista o lucro desenfreado sem se preocupar com a situação das pessoas que produzem essas riquezas. E o que acontece? O mundo ocidental vai perdendo postos de trabalho em favor de exploradores de povos que trabalham a troco de um prato de arroz, laborando e dormindo nos locais de trabalho sem direito a descanso condigno nem cuidados de saúde básicos, para não falar da inexistência de períodos de férias e subsídios de férias ou de Natal, nem subsídios de desemprego como os trabalhadores do mundo ocidental conseguiram alcançar.



   Hoje todas essas benesses estão ameaçadas porque a ganância dos mercados capitalistas, que contabiliza cifrões e não condições humanas dignas, avança desenfreadamente sem consideração pelos trabalhadores que proporcionam os lucros tão desejados.



   Ninguém parece pretender parar para pensar naquilo que se precisa fazer, e o que será?
   Dar um novo rumo à caminhada humana neste mundo. Como?
Pensando mais nos seres humanos e menos nos bens materiais. Para que servem os bens materiais? Para servir o bem-estar dos seres humanos. Então a matéria deve servir a humanidade e não serem os seres humanos a servir a matéria. Mas quando se diz que a matéria deve servir os seres humanos não se deverá pensar que nós podemos abusar desalmadamente daquilo que a matéria nos oferece. O uso tem que ser consciente.




   Com a globalização criada pela sociedade neo-liberal tende-se a escravizar os seres humanos em prol da produção de mais bens materiais. Ao marginalizarem-se os trabalhadores, atribuindo-
-lhes baixos salários criam-se situações de injustiça que tendem a criar situações de revolta e consequente aumento de criminalidade. Hoje vemos o crescimento de condomínios fechados para serem habitados por pessoas de alto poder económico, e vemos também a colocação de gradeamentos em portas e janelas de bairros de condição social mais baixa devido ao medo de assaltos. Então quem rouba vive em liberdade e quem não deve à justiça tem que viver enclausurado.

   Favoreçam-se os desfavorecidos e estes já não precisarão de roubar. Não é com a redução de salários ou manutenção de salários baixos e injustiças que a sociedade capitalista conseguirá manter a situação por muito tempo, pois sem dinheiro não há consumo, sem consumo não há emprego, e sem trabalho os homens do capital a médio prazo não terão a quem vender e obter os seus almejados cifrões.




   Qual será então a solução? É preciso que as pessoas percebam que são necessários valores éticos e morais como base da sociedade e não continuarem a praticar atitudes de salve-se quem puder como temos feito até agora.


   Uma das possibilidades de se alcançarem esses valores é as pessoas perceberem que a espiritualidade honesta é uma ferramenta útil. No mundo ocidental muitas pessoas se têm afastado da espiritualidade por desalento e sensação de estarem a ser ludibriadas. Muitas sentem-se exploradas pelas suas congregações religiosas como se sentem abusadas pelos patrões nos seus empregos. Outras deixaram de acreditar em respostas que não satisfazem as dúvidas da sociedade actual. E o resultado tem sido um afastamento dos valores básicos e fundamentais, podendo mesmo conduzir ao ateísmo como resposta à insatisfação e descrédito naqueles que, sendo responsáveis, não têm tido escrúpulos dentro de muitas organizações religiosas.
Entenda-se que espiritualidade não é obrigatoriedade de filiação em qualquer religião instituída, é sim acreditar e compreender que o mundo em que vivemos e o Universo em que estamos inseridos não pode ter surgido por mero acaso mas terá, sim, sido concebido e elaborado por uma Inteligência (ainda incompreendida por nós).



   Espiritualidade é percebermos que possuímos células inteligentes no nosso corpo e independentes das ordens do nosso cérebro. Espiritualidade é percebermos que as pessoas são “células” inteligentes de um outro corpo: a Humanidade. Se essas células se descontrolarem, como já está acontecendo, teremos um tumor que destruirá a totalidade do organismo. A Humanidade estende-se ao Planeta (ser vivo) que é uma célula de outro corpo: o Sistema Solar, e assim sucessivamente até chegarmos ao Universo conhecido, e por aí fora até aos Universos ainda não descobertos.



   Espiritualidade é percebermos que aquilo que fazemos aos outros também estamos fazendo a nós mesmos. Não existe o eu sem o outro. Eu não sou o bom e o outro o mau. Eu não estou sempre certo e o outro sempre errado. Eu e os outros somos um só, e ninguém no seu perfeito estado quer fazer mal a si mesmo.



   Durante muitos anos, por incompreensão do que me era contado, não acreditei na religião instituída na qual fui educado e tornei-me ateu.
   Mais tarde percebi que a realidade deveria estar entre o Deus que me era apresentado tradicionalmente e a minha negação da existência de seres divinos. Nem eu estava completamente certo nem a religião completamente errada, tendo acabado por me aperceber da minha própria espiritualidade que me permitia ver o mundo com outros olhos. Essa espiritualidade íntima foi-se enraizando através da compreensão de que existiam outras pessoas ao redor do mundo com crenças idênticas às minhas, apesar de outras com crenças opostas bem mais perto de mim.



   Acreditar verdadeiramente em Deus é também não ficar pensando que tudo nos é permitido se não for detectado pela vigilância e lei dos homens, pois se os seres humanos acreditarem que tudo o que fazem terá uma consequência, quer tenha testemunhas humanas ou não, pensarão mais antes de praticarem atitudes prejudiciais a terceiros.

   Assim, a solução para a actual crise que afecta tanto a sociedade do Estado-Providência europeu como a sociedade do cada-um-por-si americana, deve estar na mudança da forma de pensar do mundo ocidental, e de todas as outras sociedades que tendem para a imitação dos erros dos valores americanos (entenda-se: valores promovidos na sociedade dos EUA). Será bastante útil e produtivo fomentar-se o Comércio Justo em vez do neo-liberalismo desumano. É importante olharmos com respeito para os outros seres humanos bem como para a ecologia do Planeta. É necessário melhorar a situação de povos escravizados como os asiáticos, os africanos e latino-americanos proporcionando-lhes condições de vida condigna em vez de se fomentarem abismos ainda maiores, mas não diminuindo os benefícios alcançados pelos povos europeus, nomeadamente na área de saúde e apoio aos mais desfavorecidos independentemente da contribuição financeira de cada indivíduo. Impedir as pessoas indigentes de usufruírem de cuidados de saúde por não terem contribuído para o Estado-providência através de impostos é o mesmo que fomentar a proliferação de doenças por falta de controlo sanitário. Fomentar a pobreza criará mais pobreza que se alastrará como uma epidemia. A solução está em beneficiar os povos mais pobres criando mais consumidores com poder de compra e exigir, através da diplomacia, que as condições laborais sejam melhoradas nos países onde as condições ainda não são as ideais.



   Vamos começar por cada um fazer a sua parte, mesmo que seja pouco, pois uma grande caminhada começa sempre por um pequeno passo. Vamos dar preferência à aquisição de produtos nacionais e manter e aumentar os empregos no nosso país.
João Galizes

Publicado em 08.01.2011 por João Guerreiro (pseudónimo) no blogue:
AprenderVivendo - Sociedade Justa


«“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão saciados”. Quando o teu desejo for bem forte, será satisfeito, pois buscarás a resposta com persistência e não ficarás satisfeito enquanto não a tiveres encontrado. Terás determinação, paciência, perseverança e persistência para meter mãos à obra até encontrares aquilo que procuras ao longo do caminho espiritual: a concretização da tua unidade coMigo.»

Abrindo as Portas que há Em Nós